sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Do pelourinho de Santarém resta apenas o pináculo

Pelourinhos, ou picotas, eram colunas de pedra que simbolizavam o poder municipal, servindo como instrumento de jurisdição feudal. Edificados nas principais praças de vilas e cidades, desde o século XII, serviam sobretudo para prender, castigar e expor os criminosos ou escravos acusados de cometerem delitos.
O Pelourinho de Santarém, de influência manuelina, encontrava-se originalmente na Praça do Município, hoje conhecida como Praça Visconde Serra do Pilar, um amplo espaço onde se realizava igualmente um mercado semanal.
Com as mudanças político-sociais ocorridas durante o século XIX em todo o país, o pelourinho de Santarém foi demolido por ser considerado um símbolo de tirania. Resta apenas um fragmento do pináculo, classificado em 1933, que se encontra em exposição no centro de interpretação Urbi Scallabis, no actual Jardim das portas de Sol.
Muitos destes pelourinhos possuíam no topo um pequeno compartimento, com grades de ferro, onde os criminosos eram expostos publicamente. No entanto, a situação mais comum era amarrar os presos a argolas de ferro incrustadas nas colunas dos pelourinhos, onde eram chicoteados ou mesmo mutilados, consoante a gravidade do crime cometido.
Por norma, os pelourinhos possuíam uma base sobre a qual assentava uma coluna cuja extremidade superior terminava num capitel. Grande parte dos pelourinhos portugueses são considerados obras de relevante valor artístico, sobretudo aqueles de estilo românico, gótico, renascentista ou manuelino. Alguns investigadores afirmam que os pelourinhos tiveram origem na columna moenia romana, uma peça que distinguia as cidades que os possuíam com alguns privilégios.

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