quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Torre das Cabaças é associada a uma lenda que menciona as "cabeças ocas" dos homens que a mandaram construir

Desde meados do século XIV foram erguidas torres de relógio nas principais cidades do reino. A de Santarém foi construida a meio do século XV e foi classificada como Monumento Nacional em 1928.
Originalmente existiam apenas quatro cabaças, enquanto as restantes foram colocadas em 1933, quando o edifício sofreu obras de restauro. Serviam sobretudo de caixa de ressonância, ajudando a expandir o toque do sino do relógio ao bater das horas, espalhando o som em várias direcções. Desta forma chegaria facilmente aos campos em redor de Santarém, onde a população rural trabalhava.
Conta uma anedota popular do século XVIII que, em deslocação a Santarém, o rei D.Manuel I (1495-1521) indagou se era necessário alguma obra importante, tendo sido informado que não existia qualquer torre de relógio. Após ter sido dada ordem aos vereadores da vila para avançarem, o monarca regressou quando a obra foi concluída. No cimo da torre deparou com um sino suportado por varões metálicos e terá mandado colocar sete cabaças de barro, representando as cabeças ocas do senado santareno, que passou a ser conhecido por senado cabaceiro.
A ironia resistiu ao tempo e hoje é assim que é conhecido o mais emblemático dos edifícios de Santarém, com os seus 32 metros de altura. Desde os anos 90 acolhe o Núcleo Museológico do Tempo, onde se encontram em exposição as principais etapas da pesquisa humana sobre o tempo.
CQ

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