terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Santarém foi um importante porto nas rotas do comércio mundial durante o império romano

Móron seria uma das mais importantes cidades do médio Tejo no ano 138 antes de Cristo, quando a Lusitânia foi conquistada por tropas romanas. Em seu redor, encontravam-se vastos campos de lezíria, sujeitos a constantes inundações do rio Tejo, situação que ainda ocorre, contribuindo para que esta zona possua alguns dos solos mais férteis do País.
Já na altura da invasão romana abundavam vinhas e olivais e, face à necessidade de se distribuírem os produtos aqui cultivados, desenvolveu-se uma importante navegação fluvial e terrestre que permitiu escoar o vinho e o azeite, tal como muitos outros produtos aqui manufacturados.
Santarém foi desde cedo um importante centro económico. Para além da produção local, foi também um notável local de consumo de produtos importados, com uma florescente actividade comercial, comprovada pelos inúmeros achados arqueológicos aqui descobertos, provenientes de diversos cantos do mundo civilizado então conhecido.
Além da forte apetência fluvial, a região de Santarém foi igualmente um importante centro de passagem de rotas de comércio terrestres. Face ao crescimento destas vias de comunicação, registado ao longo da expansão do império romano, o comércio por caminhos terrestres sofreu igualmente um enorme desenvolvimento.
Quanto às mercadorias que aqui chegavam via marítima, provinham sobretudo de portos comerciais instalados ao longo na costa litoral mediterrânea. Já na época, alguns desses produtos eram considerados artigos de luxo, particularmente objectos manufacturados oriundos de paragens longínquas, como é o caso da Grécia ou do médio oriente, sobretudo da faixa sírio-palestiniana.
No entanto, os artigos importados eram essencialmente bens alimentares e objectos de cerâmica para uso doméstico. Sabe-se ainda que esses produtos provinham sobretudo de Itália, Gália, norte de África e do sul do actual território espanhol.
De referir ainda que uma das mais importantes vias militares, que ligava Lisboa, ou Olisipo, à capital do Império Romano, passava precisamente por Scallabis, a antiga civitas elevada a Praesidium Julium, após a chegada dos romanos.

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